quinta-feira, abril 15, 2004

Tubos de ensaios

E lá estava eu passando mal, com febre e uma puta diarréia depois de ter comido alguma coisa estragada. E o pior seria encarar quase 10 hs de vôo naquela situação. A comida de Bangkok não é das melhores ainda mais quando você esta viajando com pouca grana. Tomei alguns remédios que comprei numa farmácia depois de explicar através de gestos a situação pela qual estava passando, já que o farmaceutico falava um ingles macarrônico e embarquei junto com um amigo rumo a Tokio.

Logo que entrei no avião, pedi pra trocar de lugar com um senhor americano que estava perto do banheiro. Qualquer emergência era só dar dois passos para o lado. Pedi uma aspirina para a aeromoça e dormi como uma criança, já que havia passado duas noites em claro molhado de febre.

Na chegada a Tokio, um consolo, a aeromoça estava distribuindo folhetos explicativos para as pessoas e as que tivessem passado por algum tipo de intoxicação alimentar fariam um teste rápido para detectar que tipo de bacterias teriam estragado parte de nossas férias. E lá fui eu, para meu espanto, para uma enorme fila fazer o tal teste. A japonesada toda lá, uns ainda suando frio, outros meio esverdeados pelo mal estar, alguns sairam correndo da fila para um banheiro, e eu praticamente na reta final da intoxicação, bebendo muita agua, aguardava surpreso com a eficiencia da saude publica naquele país. Eu não fui o unico a agonizar com aquelas gororobas tailandesas...

Uma hora depois chegou a minha vez. O médico não falava inglês, apenas conseguia balbuciar algumas palavras. Ele me pediu para preencher um formulario que pedia para eu explicar meu estado de saúde e enumerar alguns alimentos que poderiam ter me causado aquele estrago. Depois ele me deu um tubo de ensaio com uma haste dentro que tinha a espessura de uma caneta. E sorriu meio sem graça. Não entendi bulhufas. Ele me perguntou se eu sabia o que teria que fazer. Eu respondi que não. Ele tirou a tal haste e disse:

- Put, here... e apontou para o seu traseiro...
E eu disse:
- Here... no! You are kidding...

Ele começou a rir...chamou alguem para ajudar a me explicar...Continuaram dizendo para colocar aquilo naquele lugar, para coletar as fezes e eles poderem assim mandar o material residual para o laboratório. Continuei dizendo que aquilo eu não faria. As risadas dos médicos se transformaram em caras amarradas. Vi que o negócio era sério e que atrás de mim continuava uma enorme fila. Entrei no box, tirei a tal haste de dentro do tubo de ensaio, olhei direito o tamanho e a espessura....e guardei-a de volta dentro do mesmo tubo....Não estava preparado para tais desventuras....Quem sabe no dia que tiver que fazer um exame de prostata...Preferi ficar sem saber o nome da tal bacteria que me derrubara....

Entreguei tudo pro japa e disse "Au revoir".

Fui ao encontro do meu amigo que estava enroscado na alfandega, com alguns probleminhas...mas isso é uma outra história....